(The Kingpin)
Muito pouco se conhece sobre Wilson Fisk, o Rei, antes dele ter assumido o comando das principais quadrilhas da costa leste dos Estados Unidos. Sabe-se, porém, que ele já se referiu à sua infância, dizendo ter sido uma criança bastante impopular e afirmando ter enveredado pelo crime quando atingiu a adolescência. Desde garoto, Fisk contava com uma forte determinação de ser o melhor em qualquer coisa que fizesse, e acreditava piamente que a força física era um grande fator para se adquirir poder no submundo. Treinando fanaticamente em muitas formas de combate corporal e utilizando-se de vários métodos para desenvolver uma admirável constituição física, ele se especializou na arte japonesa conhecida como sumô. Seu interesse nessa forma de luta, obviamente, voltou sua atenção para a cultura e filosofia orientais. Fisk obteve sua educação através de livros roubados de bibliotecas e, com o tempo, tornou-se particularmente fascinado pela ciência política. O jovem não tardou a perceber que uma outra importante chave para o sucesso se encontrava na utilização de técnicas políticas para organizar e dirigir grupos de criminosos. Foi exatamente a utilização dessas técnicas que lhe conferiram o título de Rei do Crime. Embora Wilson sempre tenha sentido prazer em combater fisicamente seus inimigos, ele reconheceu a necessidade de nunca se colocar numa posição na qual a lei pudesse provar sua responsabilidade em relação a qualquer ato ilegal. Extremamente precavido, ele jamais foi condenado por nenhuma das atrocidades que cometeu. Fisk nunca aceitou trabalhar ao lado de qualquer vilão, preferindo liderar sua própria quadrilha. Em pouco tempo, essa quadrilha cresceu muito em tamanho, influência e poder graças à sua extrema inteligência e,quando necessário, às suas proezas em combate físico. Fisk foi muito cuidadoso em investir seus ganhos ilegais em negócios legítimos. A primeira companhia que ele possuiu, comercializava especiarias do Oriente. Hoje, embora tenha construído um vasto império em vários ramos comerciais, ele ainda faz questão de declarar em público que não passa de um humilde mercador de especiarias. Depois de uma década como líder criminoso, o Rei também obteve amplo sucesso com negócios legais a ponto de se tornar um destacado membro da sociedade de Nova Iorque. Foi então que ele conheceu a bela Vanessa, com quem logo se casou, e, cujo amor, ele sempre afirmou ter lhe concedido toda a paz que seu espírito tanto buscava na procura do poder. Se Vanessa tinha ou não consciência de suas atividades criminosas antes do casamento, ninguém sabe. Seu filho, Richard, nasceu um ano após o casamento. Cerca de duas décadas depois, Fisk, já conhecido como Rei, havia se tomado um dos líderes criminosos mais poderosos de Nova Iorque e Las Vegas, e adquirido o respeito de vários outros chefões. Durante o curto período em que o Homem-Aranha decidiu pôr fim à sua carreira de herói (veja Homem-Aranha), o enorme vilão resolveu realizar seu plano mestre. Por muitos anos, vários chefes de quadrilhas tinham sonhado em formar uma união de gangues com o propósito de competir com a Maggia, que monopolizava o crime organizado em todo o país (veja Maggia). Sem a ameaça do herói aracnídeo, Fisk propôs que a união fosse realizada sob sua liderança e foi aceito por todos com quase unanimidade. O Rei, então, deu início a uma gigantesca onda de crimes em Nova Iorque, que terminou com seu primeiro confronto com o novamente ativo Homem-Aranha. O vilão havia tentado silenciar o diretor do jornal O Clarim Diário, J. Jonah Jameson (veja J. Jonah Jameson), mas o Aranha conseguiu salva-lo, e este revelou a nação que Wilson Fisk era o Rei. Com isso, a união de quadrilhas aparentemente se desfez. Nos anos que se seguiram, o vilão sofreu uma série de derrotas. Nesse período, surgiu uma grande oportunidade para a realização de seus sonhos de poder, quando ele foi recrutado para servir de líder oculto - no setor de Las Vegas - da organização Hidra (veja Hidra). Seu filho, Richard, agia sob sua direção como Supremo Hidra ou chefe do grupo. Através da sociedade secreta, Wilson pretendia obter o governo do país e partir para a conquista de todo o mundo, mas acabou se voltando contra a Hidra quando soube que a facção de Las Vegas não estava sendo realmente controlada por suas mãos, mas sim, pelo criminoso nazista, conhecido como Caveira Vermelha (veja Caveira Vermelha). Nessa época, Vanessa cansou da vida criminosa que seu marido estava levando e lhe fez uma ameaça: se Fisk não se regenerasse, ela o abandonaria. Temendo perder aquela que lhe era tão cara, o Rei concordou em abandonar as operações ilícitas e ambos se mudaram para o Japão. Vanessa chegou até a persuadir o Rei a entregar seu arquivo sobre as atividades de outros líderes criminosos para as autoridades legais. Tentando impedir que isso acontecesse, os que tinham assumido o lugar do vilão na liderança das quadrilhas raptaram sua esposa, que foi aparentemente morta por um auxiliar direto de Wilson - ele a via como o único obstáculo impedindo que seu chefe voltasse para o crime. Com a idéia de que a esposa estava morta, Fisk realmente retornou ao crime. Ele não apenas assumiu a liderança de sua antiga organização, mas também tirou de circulação todos os que a haviam dirigido em sua ausência, entregando-os ao Demolidor (veja Demolidor). Livre da ameaça desses criminosos, o Rei uniu novamente as quadrilhas da costa leste, criando um sindicato muito mais forte do que o anterior. Feito isso, ele mais uma vez voltou sua atenção às conquistas políticas, fazendo com que uma de suas marionetes, o candidato Winston Cherryh, vencesse a eleição para prefeito de Nova Iorque. O Demolidor, contudo, encontrou Vanessa viva, mas sofrendo de sérios problemas mentais, e usou-a para manipular o vilão e fazê-lo ordenar que Cherryh renunciasse à cadeira de prefeito. Criado por Stan Lee em 1967, ele continua liderando sua vasta organização criminosa até o presente, esperando uma oportunidade de se vingar pelo que o Homem sem Medo lhe fez.