Tá, depois de ir pro parque e ver dinos com o amigo, o dia seguinte era de acordar cedo e ir pra estação pegar o trem-bala (ou "shinkansen"; 新幹線) para sair de Tokyo um pouquinho^^
30abr11 - trem-bala cortando a cidade, acho que perto de Akiba mesmo
Como já tinha pego a passagem um dia antes (obrigado, Adilson!), era só chegar na estação Tokyo a tempo de pegar o carro antes das 7:33. Munido de meus conhecimentos empíricos do metrô local (obrigado, Adilson!!), orientações para pegar os 54572 entroncamentos certos entre as estações Ningyocho e Tokyo (ambas no canto inferior direito do mapa)(SEMPRE TENHA UM MAPA)(já falei "obrigado, Adilson!!!"?) e minhas inconfundível cara de turista (por que será?) e mostrando bilhete na mão para qualquer funcionário uniformizado que pudesse me orientar, logo cheguei no meu cantinho da veloz modernidade nipônica :P
frente e verso do bilhete, para os curiosos
De dentro do trem, não tem muito o que falar: vagões limpos, bem cuidados, confortáveis. Todos os funcionários uniformizadíssimos.
vistas do interior do vagão e plaquinha acima da janela que indicava o meu lugar lá dentro :) (sim, eu peguei janelinha, claro!)
Apesar da velocidade alta para um trem de ferro, é menos veloz que uma aeronave, mas tem a infinita vantagem de sair e chegar dentro da cidade, em vez das gigantescas instalações enfiadas cada vez mais longe chamadas aeroportos. Assim, o trem-bala tem o preço e trata seus passageiros quase como se fosse um avião: além do conforto físico, tem vendedores que cruzam os corredores uma (ou duas? não lembro) vezes durante a viagem e bandejas para alimentação em frente a cada banco (com mapinha do trem):
como essa minha foto saiu meio tremida, roubei outra de um blog japonês. Espero não ganhar processinho por causa disso:
Cada vez mais acho que fui muito caipira nessa viagem: não tirei todas as fotos que devia, muitas vezes por vergonha. Tipo, não tirei foto do trem quando cheguei nele, mas só na viagem de volta pra Tokyo. Outra coisa: não tirei fotos da infinidade de uniformes que vi, japonês parece ter uma obsessão com eles: bonitos, limpos, caindo perfeitamente no corpo de quem os veste.
...assim, cada vez mais tenho certeza que eu devia organizar uma vaquinha para vocês me mandarem de novo pro Japão tirar mais fotos. Prometo até comprar câmera nova e melhor com o dinheiro de vocês para isso :]
Enfim, estando lá dentro, não tinha muito o que fazer além de ler, escrever e acompanhar a paisagem lá fora nas exatas duas horas e quarenta e dois minutos de viagem. Fiz isso, e gravei uns videozinhos toscos pra vocês - vejam por sua conta e risco, não fiz cortes, nem pus musiquinha, nem estabilizei as imagens :P
vídeo 1 (47s)
O que tem aqui? - vista da janelinha do trem passando rapidão em alguma cidade japonesa. Lá pelos quarenta segundos foco no comercial da Navitime (explico já) e fico zanzando entre janela e corredor. Vai entender.
Navitime é um software para ajudar a se localizar e andar pelo Japão - tipo o que o Google Maps faz quando você procura direções. Não cheguei a usar, mas via constantemente comerciais pelo metrô, trem e cidade afora: um homem ocidental, vestindo capacete e uniforme de corrida, tipo assim:
Achava que era algum ex-piloto de fórmula 1 fazendo bico lá, tipo o Tommy Lee Jones vendendo café Boss nas máquinas de refrigerante ("Jidouhanbaiki são um dos triunfos.do homem sobre a natureza!" me disse uma amiga nikkei estes dias, me ensinando o nome japonês das benditas maquininhas onipresentes)(em japonês se escreve assim 自動販売機 e acabei de descobrir que existe uma máquina para cada 23 japoneses o.o) mas não, é Ian Moore, um ator inglês vivendo no Japão há anos. Há uma entrevista legalzinha (em inglês) com ele aqui.
vídeo 2 (25s)
O que tem aqui? - uma cidade mais bonita, tunel, cidade, tunel, alguém tossindo, plantações :P
vídeo 3 (2m42s)
O que tem aqui? - começa com minha bagagem nas cadeiras (celular emprestado, fichário-diário e kindle), gero tédio mostrando nada por quase vinte segundos, infarto vocês com minha cara feia aos 0:27, paisagem, estrada, alternadas com vistas da bandeja de alimentos fechada (vai entender, devia ser o sono) e o trem desacelerando para chegar na estação de Gifu-Hashima, logo após um jogo de beisebol. Extra: um defeito especial roxo muito louco que não sei explicar só pra vocês, só sentir.
Eventualmente, apareceu uma vendedora de carrinho (uniforme fofo, minha memória diz que é verde-claro, mas não achei imagens confirmando isso) e comprei uma coca-cola em lata de alumínio:
assim como o Yakult, a besta aqui não guardou a lata como recordação -_-
E logo a viagem chega ao fim, cruzando 513 quilômetros do país:
foto da plaquinha da estação de Kyoto, do lado de fora do trem e destaquezinho para um tripulante devidamente uniformizado X)
não sou mineiro, mas agora é hora de ver o trem ir embora.
Mapinha da viagem. Como eu estava do lado esquerdo do trem, acabei não vendo o monte Fuji (-‸ლ) #facepalm
Escrever estes posts me gastam um tempo e me retornam em melancolia. Gasto uma noite inteira escolhendo fotos, editando fotos, procurando fotos, resgatando memórias associadas; caçando em sites alheios imagens que faltam e textos explicando melhor que caracas é aquela imagem que selecionei. Ao menos alguém vai ler no blog, por que os parentes mal se interessaram pelas fotos q tirei quando fui lá. E nas outras viagens também... e depois descobri que não é só comigo XD Viajar é algo foda. Caro, mas vale pela vida.
P.S.: esse foi um texto que pareceu ser pequeno mas foi crescendo e se desdobrando tipo gremlims depois de uma ducha o.o
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Eu adoro ler seus diários de viagem, se vale de alguma coisa. :D