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Manual do Minotauro
(por Laerte)
Laerte é um monumento. Qualquer resenha honesta se resume à estas três palavras, o resto que vem além disso é volteio e/ou falta de compreensão.
Como a opinião acima fica parecendo curta demais para uma coletânea tão volumosa (olha ali no rodapé a quantidade de páginas!), darei umas voltinhas antes de dar o texto por encerrado: conheço o trabalho de Laerte na Folha desde quando era O Laerte, com seus personagens fixos, humor certeiro e traço cartunesco com uma elegância bem própria. Certo dia vi que o traço, clima nas suas tiras estava diferente, algo tinha mudado e e torci o nariz, mas fui seguindo - afinal, lia as tiras de graça no jornal. E acabei pegando gosto daquele ritmo meio experimental, meio de não entregar um sentido evidente, até porque (imagino) aqui a artista também estava tateando ideias que tentava exprimir em tirinhas.
Só depois soube da tragédia da perda do filho* e, no caderno de informática, onde “Hugo” resistia como único personagem fixo, percebi sinais de que algo mais estava acontecendo, e não me surpreendi quando O Laerte se declarou ser A Laerte, afinal Hugo tinha virado Muriel faz tempo.
As tiras nessa coletânea são dessa fase mais recente (acho que quase todas estão aqui neste blog) e quem espera encontrar um humor bobo e largado, ou apenas humor, vai se decepcionar. Há humor, claro, mas não só. Há reflexões, experimentos, sentimentos, crítica - inclusive a crítica à idéia de que tira tem de ser só humor :P. Tem muita coisa que não está óbvia ou mastigada, por isso digo que Laerte é uma autora que quando não entendo o que quis dizer, muito provavelmente a culpa é minha.
# Veredicto: obrigatório, se tua praia é quadrinhos como expressão (não “humor em tirinhas”). Se não gostou, releia. Se não entendeu, releia de novo.
<html><font color=“red”><b># Bom:</b> coletânea abrangente, formato legal, sem luxo excessivo. Espero que venham mais!!</font></html>
<html><font color=“blue”><b># Mau:</b> como é uma coletânea (e não temos idéia de quando e que ordem as tiras saíram originalmente), há diversas ausências. A mais gritante é o começo da sequência “<a href=“http://www.mushi-san.com/geladeira/2013/08/tiras-que-valem-5.php”>O Santo Recalcitrante</a>”.</font></html>
416 páginas • R$ 109,90 • 2021 • veja no site da editora
* Angeli, também da Folha, alguns dias depois da morte posto esta tira em homenagem.
Alan Moore é o outro autor que classifico assim.
...e estou vendendo parte da minha coleção, veja a lista aqui
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