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blog:patrulha_estelar_yamato

Patrulha Estelar Yamato


(por Leiji Matsumoto)

Sou uma pessoa joaninha arcaica :P Quando criança, quando a Xuxa estava na Manchete (e faz tempo que temos uma geração de votantes que não sabe quem é Xuxa, quanto mais o que foi a Rede Manchete), dois dos meus desenhos preferidos eram Pirata do Espaço (Groizer X) e Patrulha Estelar. Nem sabia o que era um anime, mas o primeiro envolvia um robozão pilotado por dois jovens (ele, terrestre; ela, alienígena) contra o robô gigante inimigo da vez. O episódio duplo em que achei que eles morreram baleados foi um dos traumas de infância.
O outro tinha uma nave espacial (“Argo”, na versão dublada) que fazia uma grande jornada contra um Império que vinha para a Terra envolvido num cometa que destruía tudo o que estivesse pela frente. Depois, teve um arco enorme para salvar a humanidade da destruição, já que uma arma perdida precipitou a transformação do nosso Sol numa gigante vermelha. Além do tema épico e do visual detalhado da nave, a abertura com uma abertura com ritmo empolgante, cantado em inglês numa leva de episódios, em japonês na outra, me conquistou.

Com o passar do (muito) tempo fiquei sabendo que Patrulha Estelar era um anime chamado Yamato, que teve três temporadas (a Manchete apresentou apenas as duas últimas, lendas urbanas dizem que a primeira foi transmitida na fase de testes da emissora, mas ninguém confirma nada), e quatro longas.
Tá, e qual era a trama? No futuro, a Terra estava sendo bombardeada pelos Gamilons, se tornando um deserto radioativo e forçando a humanidade a viver no subsolo. Eventualmente uma raça alienígena manda uma mensagem à nosso mundo, nos promete uma arma capaz de reverter os danos causados, mas temos que ir lá buscar, fora da Via Láctea. Para isso também dá aos terrestres conhecimento para a viagem interestelar. Por nacionalismo do roteiro, a humanidade converte a carcaça de um navio japonês afundado na Segunda Guerra Mundial numa nave espacial, colocam o que considero a arma mais impressionante ever (também presente dos aliens) na proa:


Avançe até 3 minutos :P

....e, bom: formato de novela, uma nave espacial, pitadas de urgência e uma arma que limpa os problemas, preciso de mais pra achar legal? :P

Com o passar das décadas, Yamato teve tentativas fracassadas de continuação (inclusive uma série passada 300 anos depois que nunca foi concluída - e o que pouco que vi me pareceu ser bem sem carisma), por causa de imbróglios com direitos autorais. Mas, de de uns anos para trás parece que desataram o nó e lançaram um filme que resume a primeira série e que achei bem digna, apesar do final e algumas alterações. Antes disso, consegui baixar as três séries originais em rmvb (:P) e assisti, matando definitivamente as saudades :P
Mais recentemente estão refazendo as séries originais (a cena acima é deles), e recomendo muito o remake da primeira temporada, que era bem datada, IMHO. A segunda ainda está sendo feita, acho que Covid atrasou tudo, só tá mais morna que o material original, o que é chato, porque acho o Cometa Império o melhor dos três arcos originais

E... [a “resenha” começa aqui] saiu esse gibizinho (na verdade, um tijolinho). Já tinha caído no meu radar a informação de que Yamato tinha um mangá, mas nunca me interessei porque a obra era nativa como anime. De qualquer forma, quando vi uma promoção, não resisti :P
Para quem conheceu o material original, é um bom resumo da primeira temporada (Busca por Iscandar), parte da saga do Cometa Império e uma história solta no fim que não sei onde se encaixa. Infelizmente o mangá tem algumas poucas novidades pra quem viu os animes e termina em aberto, mas entrete. Ainda mais porque o Leiji Matsumoto (co-criador da série e autor do gibi) é um dos grandes do ramo e sabe conduzir a história, inclusive pondo insinuações de que a trama da nave se misturaria com Capitão Harlock, sua obra mais querida.
Mas, o que me chamou a atenção MESMO foi uma estrutura narrativa que achei corajosa do autor: mais de uma vez é anunciado um Grande Confronto, Aquele Evento Que Vai Ser Foda, e na página seguinte... .já aconteceu. e os personagens tão lidando com o ocorrido (que não foi tanto assim, mas que no fim das contas é coerente: os heróis passaram bravamente mas com facilidade, e os vilões não estão mais vivos para lamentar :P), se preparando pro próximo elo da corrente narrativa.

# Veredicto: é bom, melhor se você conheceu o anime, mas não é imperdível. E, assim como Ayako, é uma inspirada arma branca na sua estante.
# Bom: material classico é sempre bem vindo, ainda mais mais quando você tem apego à obra original :P
# Mau: a maldição do luxo desnecessário, fora que a obra é dependente demais do anime que os pobres 9inhos nunca ouviram falar.
648 páginas • R$ 96,00 • 2021 • veja no site da editora

Em tempo: o Quadrinhos na Sarjeta fez uma resenha infinitamente melhor :P

Índice de resenhas e movimentações da minha estante:

...e estou vendendo parte da minha coleção, veja a lista aqui

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blog/patrulha_estelar_yamato.txt · Última modificação: 2021/08/05 18:46 por mushisama