Oi! =^^=
Aqui é um espaço reservado em que escreveo sobre assuntos que ainda não me sinto confortável em expor tão publicamente, mas quero e preciso desenvolver em texto :)
Assim, sei que não preciso pedir, mas assim mesmo peço: não passem esse link para outras pessoas, não sem falar comigo antes :)
Obrigada,
mushi-san
e-mail: mushisan@yahoo.com • twitter "fechado": @_marcychan • twitter "aberto" e telegram: @mushisan



26/12/2017
Muito poder num pedaço de pano
Provavelmente eu vá brincar com roupas nessa virada de ano :3

Por curiosidade sobre a
triagem do mês que vem, procurei referências na internet e acabei conversando com outra moça que está fazendo tratamento por lá. Conversa vai, conversa vem, acabei falando das experiências que fiz na minha cara com maquiagem e acabei empolgando ela, que nunca tinha tentado.
Mais tarde, falei isso para outra amiga, que estranhou:
"gente, sério???? Achava que make era uma das primeiras coisas que vc vai brincar"
"roupa!"
"pq é algo fácil de mexer e esconder, se precisar"
"vestido, sutiã, saia. Make dá pavorzinho de nao tirar da cara a tempo"
"eita. Roupa acho bem mais difícil de esconder xD"
"aih vc rouba da pilha de roupa pra passar. Dá um rolezinho rapido no qto, mata vontade, poe de volta. Maquiagem eh uma arte, roupa eh soh se enfiar dentro."


Rafael não é trans, até onde sei, mas to sem imagens para ilustrar esse post.
E gosto dessa sequencia de tiras que fiz :P

Pra ser sincera, demorei a primeira vez só pra dar essa "voltinha". A frase de PROIBIDO dentro da minha cabeça era grandona, vermelha e piscante. Foi aquela guerra interna de dias, falando pra mim mesma que é bobagem eu fazer isso, não podia, não devia, blablabla. A tentação estava lá, sobre um monte de roupas só dobradas esperando o ferro. Se eu tocasse, queimaria a mão, se vestisse, me amaldiçoaria - ou vice versa.
E eu já era adulta.
Não lembro exatamente que peça foi e se vesti ou só coloquei por sobre as roupas normais (sim, esse é o tamanho da minha trava interna: mesmo colocar roupa feminina por sobre as de sempre dava tilt), mas foi um nervoso seguido da sensação de ter conquistado o Everest. Yay \o/

Algumas experiências depois achei eu mesma comprar minhas roupas, afinal, a gente sua, está suja, geralmente fazia minhas "experiências" após o banho. Ninguém merece sujar uma roupa-recém lavada que nem é nossa, né? Ainda mais "roupa proibida".
(lembrando agora de amigo que usou vestido num carnaval e disse que foi "libertador". Não duvido dele)
Com os poderes da internet, pesquisei preços e números de roupas. Fui num carrefour bem longe de casa, comprei dois sutiãs e algumas besteira para "disfarçar", fiz cara de paisagem pro caixa e....
...eram meus *-*

Nas semanas seguintes, sozinha e, ao menos uma vez, com ajuda de amiga, comprei tudo que me era proibido e tive a mais remota curiosidade em experimentar: saião, saia curta, meia arrastão, calcinha (é....). Praticamente só vestido que não porque são relativamente caros e pedem medidas demais para serem comprados com medo de alguém vir fazer perguntas.

Para meninos com curiosidade técnica do que é vestir as roupas do lado de lá, minhas impressões do que lembro:
Sutiã: enchia com meias, depois com bexigas cheia de água. Tem lá sua graça se ver no espelho, com tudo debaixo da camiseta. Pena que a cara continua a mesma porcaria de sempre =_=
Alças incomodam, mas peguei skill de colocar e tirar, o que ajudou em alguns namoros ;)
Mas é aquilo: é um símbolo forte que depois se torna só mais uma peça que você não tem porque usar. Não tenho peitos :P
Saia curta: usei pouco, mas serei óbvia: a movimentação é bem reduzida se você não quiser que olhem pra baixo dela.
Saia comprida: é mais legal :D Eternamente acostumada com calças, que são relativamente coladas na pele, não imaginava que as pernas batiam no pano a cada passo. É, eu sei, é besta, mas aposto que a maioria das pessoas não pensa nisso até usar :P
Meia arrastão: também me lembro pouco. Chatas de vestir? Descem fácil demais, acho.
Calcinhas: vou colocar tarja preta aqui porque é exposição demais, apesar que não falarei nada demais: comprei aquelas com tecido parecido com o de cuecas, nunca vi graça naquelas cheias de renda e frufru. No fim é a mesma coisa, só que com um enfeitezinho (tanto nas roupas íntimas de cima quanto nas de baixo, caso não tenham notado) (por sinal, num dos meus primeiros ficamentos/namoricos me surpreendi, ao avançar as mãos por dentro das roupas dela "ei, tem uma borboletinha aqui!") e com espaço a menos na frente, mas como mulheres tem mais necessidade de espaço pros lados, o 3D da coisa acaba se equilibrando... é só a parte de menino não se animar :P
Por sinal, isso das partes masculinas "se animarem" também é problema com saias, vestidos etc se o tecido for mais leve :PPP


Mas, com o tempo a graça da novidade passou na proporção da neura de ser descoberta. Eu sempre guardava todas estas peças bem guardadinhas, mas o número estava crescendo... e uma dia coloquei tudo numa dessas caixas de doação de roupa.
A experiência tinha valido muito, mas acabou e nunca mais (tipo, isso foi na década passada) comprei ou vesti roupas de mulher.

Apesar de não me identificar como crossdresser (pessoa que se veste com roupas do sexo oposto), e provavelmente essa fase foi isso mesmo, lembro de ter visto em uma comunidade no orkut que elas tem as fases de urge/purge: querem roupas, depois se arrependem e dispensam elas. Depois querem de novo... e por aí vai. Eu só tive um ciclo desses, apesar de sempre reclamar que a "menina vai, menina volta" na vontade de ser reconhecida no meu gênero e de agir como tal.
Outra coisa que li nessas comunidades era a piadinha: "qual a diferença de uma crossdresser para uma trans? Dois anos" - Só digo que demorei mais :P

Agora minha situação é outra: eu me reconheço no feminino, cada vez mais. E sei que não preciso de todos os símbolos femininos em mim, na verdade a maioria das mulheres usa calças na maior parte do tempo e odeia ter de usar sutiã, então não ~preciso~ dessas roupas em mim - não existe mais aquela frase de PROIBIDO gritando pra mim como antes (ela só grita menos agora) - , mas quero experimentar, brincar, aprender como me expressar com panos e cores também.
E o ano tá virando, e nunca liguei para as superstições de virada do ano, mas falei pra amigas meio que brincando meio que maldosa usar calcinha amarela pra chamar dinheiro :P. Aí duas sugeriram camisetão para fazer de vestido. Depois outras duas sugeriram colocar um cinto (aí uma terceira sugeriu que não: sem cintura e com barriga, eu vou ter é uma bad como já tive antes =/) e agora to pensando em colocar uma maquiagem básica, acho que ninguém vai estar por perto comigo.
Bom, se alguém que não pode saber ainda que sou menina estiver perto de mim, vou estar vestindo a simpatia pra chamar dinheiro, só digo isso ;)


Só quero ver eu, em véspera de virada do ano, correndo que nem louca em lojas e no centro atrás de peças de roupa que não tenho...

O texto tá grande, mas ainda quero por umas notas:
1) a doente aqui dá preferencia em vestir as camisetas mais altas e esticar o mais pra baixo possível pra fingir que é outra peça de roupa .-.
2) está chegando o dia da triagem (na verdade, é quase fim do mês que vem) e já to preocupada com adequar meus horários de serviço com a terapia, se me aceitarem.
3) mês passado (novembro? outubro?) sonhei que tava tomando remédio por conta, mas eram só duas pílulas: a primeira anulava os efeitos da testosterona e a segunda, que tomei 'dias depois' (tempo de sonho), eram os hormônios femininos (quer dizer, em sonho eu tava reproduzindo o que li sobre terapia hormonal). Mas lá mesmo parei de tomar, porque era perigoso sem acompanhamento profissional, e muito concordo com quem escreveu o roteiro desse sonho. Valeu, superego!
4) preciso falar de internalização antes desse assunto ficar velho até pra mim, mas me acostumei a me chamar no feminino, mas ainda estranho me chamarem no feminino. Talvez por causa dessa vida dupla que tenho.
5) e-mail de amiga me identifica como "Márcia Regina" e fico toda awwwn quando recebo mails #besta
6) o Natal me desinibiu e avisei muita gente, depois de dar uma parada nos avisos. Faltam algumas pessoas que gostaria de conversar, mas faz tempo que não tenho canal com elas.

e as notícias vão se espalhando
7) se eu soar idiota em algum momento, m'avisem :P


24/12/2017
Toda brincadeira tem fundo de verdade...
No serviço, copeira fez chapinha no cabelo e estava falando:
- É, nem todo mundo tem a sorte de você, de você, de você (apontando pras mulheres de cabelo liso). Até o Marcelo tem sorte.
- Por que "até o Marcelo"?
- Porque é homem! (ouço muito na fila dos clientes "homem não cuida e tem esse cabelo lindo")(=u_u=)
Aí outra colega fala maldosa pra mim:
- E aí, Marcelo, vai deixar q te chamem de homem?
- Fazer o que? As pessoas se enganam... =p
Povo achou graça da piada, mas nao desdigo o que disse :P E não, ninguém sabe lá, acho que será divertido quando/se lembrarem dessa história.

Enfim, posso não estar declarando o que sou, mas estou parando de me defender dentro do que não sou (mas é complicado vencer essa inércia: homens não beijam rostos de homens, mulheres beijam rostos de homens, eu tenho tilts)
E já que estou falando de serviço, tempos atrás, eu estava trocando mensagem com uma colega, organizando as senhas para atendermos:

Eu: ok! só avisando XD
Eu: geralmente soh mando senhas comuns pro "K", mas fui forcada a manda um "P" pq tem preferencial demais e vai ter convulsao :P
Ela: ok
Ela: avisa qd assumir [fila], ok?
Eu: 'sou menina'. pronto, era isso pra assumir?
Ela: pode ser, também....

Na verdade já dei tantas pistas pra essa colega que é capaz dela estar suspeitando. Ou não.
E pra fechar a edição venusiana de "trabalhar dá sequelas":
...teve uma vez que uma das senhoras da limpeza me pediu para levantar o galão de água para colocar no bebedouro, porque "é coisa de macho". E eu:
- Sou não
- .....
- Não precisa de saco pra fazer isso.
E não é?

Essa senhora, inclusive, estava brava outro dia com a tia dela, que foi internada e nesse processo descobriram que ela tinha namorada em segredo. O puro suco do preconceito :/ "A gente se preocupando com ela no hospital, e quando a gente saia, se arreganhava toda pra outra", dizia. Aposto que se fosse um macho, não ligaria.
Sim, tentei contra-argumentar, mas sei que consegui apenas invocar um "calar a boca da pessoa, mas o coração continua com a mesma dureza". Tem coisa que é ruim de conseguir mudar, e é o que tenho medo de enfrentar quando os holofotes estiverem sobre mim.
A pessoa em questão não trabalha mais comigo, mas não é a única nem a excessão. O povo que trabalha comigo agora é legal e alto-astral, mas tem coisas que você só descobre testando...
...e colegas de trabalho não ficam para sempre. Transferências para outra agência são uma constante, então uma realidade de agora não é a mesma daqui um ano ou dois. Ou bem menos.
Queria escrever algumas coisas mais internas, mas não acho as palavras ou o a sintonia de escrever sobre elas. Não é nada ruim nem bom exatamente, mas são aquelas coisas mais chatas de se pescar as coisas certas para dizer.
Estes dias percebi que de tanto twitter, criei alguns vícios para texto que funcionam bem lá mas que são péssimos em prosa mais descomprimida.
Noutra editoria, amigona me fez essa ilustração de aniverário:

achei foda, mas acho que nunca vestiria vermelho assim :P
(a disforia me fez achar o queixo enorme, mas isso é do traço dela :P)

E os dois prints de "Pokémon GO" ilustrando o texto acima são do jogo dela também =3
Inclusive, é dela essa outra pokemushi (de emulador) abaixo, mas eu não tinha contado pra ela que tinha uma amiga em vez de um amigo ainda ^^

me identifiquei total


19/12/2017
Notinhas rápidas e práticas
É madrugada e já devia ter ido dormir, mas achei melhor deixar isso aqui:
1) Marquei triagem na
Santa Casa. Eles me mandaram mail ("Vc gostaria de remarcar sua triagem?"), perguntei se existiam horários mais amigáveis para quem trabalha e, não, só existe sexta-feira de manhã. Apertei o foda-se e acho que consigo faltar no serviços sem grandes consequências: daqui um mês vou lá... e vou descobrir o que é, se me aceitam, o que será de mim. É tipo um primeiro passo, só não sei exatamente do quê :P #drama
2) Na black friday comprei doze sessões de laser pra tirar a barba. Só falta agora entrar em contato com o serviço.... e por que esse povo não utiliza e-mail, só telefone pra marcar as coisas?

É isso.


04/12/2017
Queria ter tempo. Queria ser menos dispersa. Queria ser mais rápida
O título desse post é tipo meu mantra, talvez me defina mais que o mote wolverinesco que bolei pra mim mesma alguns anos atrás: "sou a pior das pessoas tentando fazer o que é melhor, mas ainda sou a pior das pessoas" (entendam "pior" aí tanto no sentido de "capacidade de fazer o mal" quanto em "incapacidade, falta de jeito" :P) (se alguém por isso no latim, com a dubiedade incluída, agradeceria muito).
Daí que tive de chutar algumas rotinas pra depois pra bolar esse textinho aqui, que pretendo ser curto, já que não andei fazendo muito. Quer dizer, eu ando focada em histórias, to com mais uma tira "secreta" de Klara sendo feita (ei, você assina minha newsletter?? Se não, plís, preencha o cadastro
aqui e me faça uma joaninha feliz^^ #ad), dois roteiros de Raquel já (re)escritos (fora as páginas prontas para eu editar), além de planos envolvendo estas duas histórias e estou de olho na ressurreição de outras, tipo Cia de Asas. Enfim, a escritora/autora parece estar ganhando mais movimento, mas a "menina" andou em baixa, o que significa que estou com preguição enorme de sair da minha rotina já estabelecida e "rotina é aquela coisa que quase me faz esquecer que sou mulher".

nunca me produzi nesse nível, mas o espírito é o mesmo
...na verdade, nem to falando em me produzir (tem de fazer isso?), é de sair da narrativa, que tá comoda e confortável, mesmo que errada. Mas logo isso passa e tenho de controlar a língua pra não falar demais pra pessoa errada na hora errada :P
(mal posso esperar :PP)
E deixa eu ir pro formato de notinhas, porque o tempo tá acabando e o textinho tá virando um textão:
1) apareceu meu nome "secreto" na Dragão Brasil 125 ^______^
2) o hospital acabou respondendo e marcando triagem para sexta passada, no horário que trabalho. Infelizmente pedi para desmarcar, não seria inteligente pedir atestado nesse caso :P
E pensando mais um pouco, acho que nunca terei horários que encaixem com esse serviço, infelizmente. Talvez lá nas minhas férias, no segundo semestre. Terei de achar outro caminho.
2b) curiosamente, no dia seguinte que desmarquei a triagem, chegou mail do site que me indicou a Santa Casa. Até pensei que fosse o hospital respondendo meu cancelamento :P De qualquer forma, lancei outra garrafa ao mar, explicando que tinham me respondido, mas que não tinha dado certo e tudo o mais.
3) sem make estes dias, obvio. E meu olho andou irritado, o que tira mais ainda o ânimo. Plus: o efeito verão está chegando, e nem chegamos na ceia DDD:
4) fui na praia uns fins de semana atrás, com namorada e casal de amigos que sabem do meu caso. Havia ameaça promessa de me maquiarem, mas a gente tava tão cansado que nada aconteceu: foi um fim de semana preguiçoso, jogando, conversando, dormindo, indo a praia quando não estava chovendo =_=
E eu era "ela" pra cima e pra baixo (com vários deslizes de todas as partes), e teve um momento que me referi a mim mesma e "aha, você se chamou no masculino" "não, é minha dicção ruim". E falei sério, inclusive tem línguas que confundem "o" e "a" (russo, em alguns casos) :P
5) chegou encomenda da avon: blush :P
6) para deixar aqui mais leve, joguei para outras páginas os arquivos de março (apesar de achar melhor deixar o primeiríssimo post duplicado em todas as páginas :P) e de abril. Se fiz alguma besteira no processo, m'avisem. (mudei os arquivos em março/2018 :P


14/11/2017
Diálogos lançando garrafas ao mar
Volta e meia googleio em busca de orientação, afinal em algum momento precisarei de assistência médica, psicológica, etc. Aí trombei com um site com objetivos que pareceram meio vagos pra mim e, já que tinha formulário de contato, contatei perguntando o que eles eram. Me responderam depois de alguns dias e depois de mais alguma troca de mensagens (com um bom tempo entre perguntas e respostas) acabaram me sugerindo "um serviço especializado em meu município". Perguntei qual, e depois de mais algum tempo me mandaram isso:
...e mesmo estranhando as datas no folder, mandei e-mail.
Afinal, e porque não? ¯\_(ツ)_/¯

Ontem recebi isso:

"Bom dia!
Ainda temos algumas triagens para o dia 24/11. Vc gostaria de me enviar seus dados pra marcar?

Att
Equipe AGE
Ambulatório de Generidades
CAISM - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
"

Bom, ontem mandei meus dados, não creio que eu vá receber resposta positiva por causa dos meus horários (trabalho, né? :P), mas não custa deixar meu nome lá. Quem sabe numa próxima? :)

Ainda não tive resposta, assim que tiver, vem pra cá X)
1) "Afinal, e porque não" é a mais poderosa das perguntas. Usem-la sempre, recomendo muitão.
2) Me perguntaram do meu nome estes dias e, sim, quis manter as iniciais :P Não tenho nada contra meu nome de batismo, gosto dele, só não é apropriado ^^
Só que pena eu não ter mantido o 7-7-7 do meu nome (sete letras em cada nome), achava bonito. Agora to 6-6-7, quase diabolica :D
(e, parando pra pensar, Márcia Regina, no significado e na sonoridade, soa mais forte que Marcelo Rodrigo) (e não, não to falando em numerologia, acredito não)
3) Às vezes me pego "quebrando a mão". Aí fico perdida entre o condicionamento de desmanchar o gesto ou com a vontade de continuar com ele, agora eu posso. Em ambos os casos, perde-se a naturalidade e...

...é com esse tipo de pessoa maluca que vocÊs conversam ao vivo e na internet :P


07/11/2017
Notinhas (1)
To enrolando tanto para escrever que estou acumulando montes de besteirinhas para falar. Então, antes que eu anote tantas randomicidades que perderei vontade de fazer o próximo texto (afinal, ficará gigante pra colocar tudo o que queria dizer), deixa eu descarregar parte delas agora :P
1) No
post anterior falei do "coming out day" no perfil de uma artista do DeviantArt. Egocêntrica, decidi tirar print e postar aqui:
Pena que a autora do post falou nada, mas isso é normal :P
2) Pilhada, aproveitei e pus a bandeira trans no meu perfil do site. Como pouca gente visita, vai demorar até ter algum conhecendo me perguntando se aconteceu algo.... =p
(na verdade, preciso dar uma arrumada geral naquele perfil, mas isso vai esperar a vez na fila)
3) Contar pras pessoas me dava bem mais nervoso antes, era mó preparação psicológica que vocês nem imaginam. Precisava de empurrãozinho de incentivo de outras pessoas e tudo o mais. Agora, como é natural, tá mais sossegado. Mas nem sempre, tem pessoas e Pessoas na vida da gente.
4) ....tipo parentes. Nenhum sabe e estou começando a parte de preparar terreno. Até 2099 consigo algo.
5) Nessas de "ir preparando terreno pro mundo" (é, bateu a louca, mas passa), decidi fazer compras na revistinha da avon que tem sempre na mesa do refeitório do serviço. Quer dizer, quando eu tava decidida a pegar a bendita revita, ela some. Meh. Dia seguinte a revista apareceu. Digo, revistas: eram duas. E tem páginas demais nesse troço, já gastei 3 dias virando páginas (meu almoço é curto...) e percebi que são feitas 90% de coisas que não me interessam, sendo parte dessas coisas q me perguntei porque alguem compraria aquilo XD
6) Na lista de pequenas mudanças, minha assinatura é meio ilegível, mas adicionei o acento "´" de Márcia sobre onde provavelmente fica o "a" do meu nome ;)
7) E já que o tema do dia parece ser "transição em redes sociais", também alterei meu cadastro no apoio da revista Dragão Brasil. Quando sair meu nomezinho como apoiadora lá, coloco print aqui também =P


20/10/2017
Sobre Hanna e Bobbi
Estes dias aconteceram relativamente pouca coisa, então farei algo diferente:

Em 1998/99, nos primórdios da internet, eu tava numa fase de procurar infos sobre
Caverna do Dragão, fazer fanarts, etc e fui fazer uma do Hank. Odiei o cabelo dele, chato de desenhar (na verdade, desenhar personagens masculinos é um saco e não sou a única a pensar assim que eu sei), e acabei achando que o cabelo dele ficava melhor numa menina, e ficou assim :) ~>


Não muito tempo depois cometi o mesmo com Bobby, o barbarozinho nervoso da série (e que achava que era irmão de Hank, ele não se parece tanto com Sheila, quando criança):


Na verdade... antes do desenho acima eu comecei a escrever uma fanfic sobre a série contando como estes dois meninos viraram meninas (livrei Presto dessa porque não acho que teria muito impacto... e Eric... bom, o universo não merece Eric de TPM). Se quiserem ler, os três capitulos que escrevi (nunca finalizei) estão aqui:
parte 1
parte 2
parte 3
...mas em certa hora parei de escrever: vi que estava desperdiçando idéias com personagens alheios. Depois vi que não tava sendo tão criativa assim, a internet está cheia disso :P
Para os mais curiosos para onde a história iria (vai que um dia eu escreva), a história prometia ser meio grandinha, eventualmente Bobby trairia os amigos em troca da masculinidade perdida (imaturo, machinho, desesperaria-se ao se ver mais e mais menina, tanto no corpo, quando no julgamento dos outros, ou quando achava que estava se comportando como tal) e eventualmente eles voltariam ao normal. Ou não =p

E é isso que queria contar hoje :P (fora o fato que ainda não montei as peças de "desde quando queria estar do outro lado da fronteira dos gêneros", mas certeza que essa fic é importante nesse quebra-cabeças, e sei que tem coisas mais antigas na minha história (meu nome adotado que o diga^^)
Notas, sempre as terei:
1) quando quero falar veladamente no twitter o que falo aqui, vocês devem ter notado que falo em "blog de outro planeta", ou algo assim. Da mesma forma, dia que decido praticar a maquiagem vira "aula de pintura" e já falei em "aulas de canto", que seria tentar aprender a mudar a voz. Mas isso fiz bem pouco, apesar de ter encontrado uns tutoriais em inglês (além da mexicana que falei estes dias)
2) vendo minha foto com a coca-cola acho que tenho pouco ombro. vendo minha foto com a coca-cola acho que tenho muito ombro. vendo minha foto com a coca-col...
2) Voltar a trabalhar é voltar a mergulhar na rotina, na inércia acumulada dos anos. E rotina é aquela coisa que quase me faz esquecer que sou mulher ¬¬
Aí me lembro que sou, e que tem gente que sabe que sou, que estão me tratando assim, mesmo que eu não aparente ainda. E fico feliz com isso :D
3) Eu gosto de metáforas, a que uso para minha transição é que tem um grande lago e até não muito tempo só tinha mergulhado a pontinha do pé pra experimentar a água e tirado ele de lá rapidinho. Estes dias ando enfiando o pé quase todo, ainda tirando ele, mas agora ele está molhado e a água parece estar boa. Logo enfiarei o pé mais decidida e um dia mergulho pra nunca mais voltar.
4) Tem dias que dá vontade de começar a transição ontem.
5) Pensando aqui: em quanto tempo de hormonização vão poder me chamar de animal de tetas?
5) Umas poucas semanas atrás encontrei amiga (junto com dona namorada) que tinha acabado de souber que também sou amigA :P Não deu pra conversar muito, mas é interessante que havia um que de "ninguém sabia como se portar naquele momento". Sou a mesma pessoa de sempre mas também não sou mais, pra todas as partes ^^''''(mas quero alugar essa amiga pra parte de make e afins, ela é empolgada XD)
6) 11 de outubro foi o "coming out day" (por algum motivo não gosto do termo "sair do armário", mas é outra coisice minha) e a autora de Rain fez um post sobre no Deviantart (o "DA") e ali foi a primeira vez que falei em púlico que sou do gênero feminino :) Ok, o DA é uma comunidade pequena e bem amistosa - ainda mais num perfil de uma artista trans, então foi uma abertura que fiz em ambiente bem controlado, mas gostei de ter feito :D Provavelmente essa vai ser a primeira rede social em que falarei mais abertamente o que escancaro aqui^^
7) e contei para um colega de serviço. Ok, de ontra agência via mensagem eletrônica (como ando fazendo com quase todo mundo, diga-se de passagem), mas sou eu tomando coragem pra fazer a bolha crescer na direção menos "virtual" de amigos, colegas e contatos. E acho que fui bem recebida (bom, se fosse cara mala, não contaria, provavelmente nem amigo meu seria) percebe-se que tá quase fazendo um questionário e com medo de parecer chato XD (e até agora curto as dúvidas alheias, ou viram texto aqui, ou encaro coisas que não tinha pensado direito e tento achar uma resposta, dentro de mim mesma ou no google).
8) Em tempo, apesar da dublagem naciona, Tiamat é menina :P


02/10/2017
Despedida
...despedida das férias, ok? :P Volto a trabalhar dia 04 ;;

Decidi fazer esse post porque estou cheia de anotações e pequenos fatos para contar, e sei lá quando terei tempo de fazer outros textõezões. No geral, não tenho grandes aventuras para contar e fico me perguntando onde eu poderia ser mais informativa além dos limites do meu umbigo.
1) Semana passada uma conhecida no twitter me chegou me perguntando do meu gênero, já que viu eu me citar no feminino (acontece, e geralmente é intencional :P) e ficou na dúvida. Xeretei o que ela andou dizendo de trans e outras minorias, mostrei esse link por DM e ganhei uma amiga para tricotar e trocar dicas :)
2) Por algum motivo, achava que era 4cm menos alta do que sou e calculei meu
IMC com valores errados. Pelas minhas contas, agora tenho de chegar a 76,56kg (com mínimo de 55,89). São pelo uns 3kg a menos de sofrimento que ganhei :P. E não, não to a loka das dietas - to só me reeducando, diminuindo as besteiras, me mexendo mais. Demoro semanas/meses pra perder cada quilo, e acho bom que seja assim.
3) Estou xeretando o que fazer com minha voz e vou deixar estes dois links aqui, até pra eu achar mais fácil:
Emma's Voice Guide! (em inglês)
Entrenamiento de la Voz Para Mujeres Transgenero (em espanhol... que mulher linda *-*)
4) No geral sou preguiçosa com vídeos, imaginem quanto de motivação que ando tendo pra vencer a preguiça e assistir sobre make, cabelo e voz :PP
Falando sobre motivação, empolgação, sequência de bons resultados, quinta tentei ter minha segunda "aula" de maquiagem e deu ruim, muito ruim. Ruim a ponto de jogar toalha por aquela noite e ter o pesadelo recorrente que tenho certeza que é relativo à transição.
O que deu de errado? Olhando as fotos, elas não estão muito diferentes da outra vez, talvez um tanto piorzinha, fiz erros bobos. Mas a noite tava quente, incomodando, e talvez eu estivesse com sono (tinha feito dois cochilhos), que somado com a empolgação dos avanços que estava tendo, criou expectativas irreais e quando vi o espelho, a euforia que tive antes bateu o contrario.
Pra ser sincera, ainda to digerindo o que aconteceu, só sei que não gostei, fiquei "corrigindo" os erros gerando mais frustração... valeu como alerta.

Vou desistir? Nem: sábado comprei grampos e presilhas pro cabelo, uma necessaire (çei lá como se escreve isso), porque tenho tralhas demais pra carregar/esconder e fiquei observando cabelos e maquiagens "normais" para não ficar inventando coisas impossíveis na minha cabeça :P

...e no calor da semana passada, decidi pegar uma lamina e tirar uma parte do meu corpo q nao preciso nem dou valor
.
.
.
.
.
Zerei axilas :P
(não, não foi primeira vez e inclusive fazer isso já foi sugestão materna (que não sabe que decidi seguir a sugestão)) (sim, eu sei que não é exatamente um comportamento que marca gênero em nossa sociedade, mas não ia perder a piada)
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