Oi! =^^=
Aqui é um espaço reservado em que escreveo sobre assuntos que ainda não me sinto confortável em expor tão publicamente, mas quero e preciso desenvolver em texto :)
Assim, sei que não preciso pedir, mas assim mesmo peço: não passem esse link para outras pessoas, não sem falar comigo antes :)
Obrigada,
mushi-san
e-mail: mushisan@yahoo.com • twitter "fechado": @_marcychan • twitter "aberto" e telegram: @mushisan



06/02/2018
Quando a menina bate
Às vezes falo que a "menina bate" ou "está on" ou "está em baixa", etc... e vou tentar me explicar hoje.
Antes de tudo: não sou médica, psicóloga, psiquiatra, etc e não estou sob tratamento. Assim a tentação é falar que "menina" é igual a
disforia de gênero é grande, mas não fui diagnosticada ainda.

(Inclusive existem casos de gente que foi diagnosticada errado e isso é um problemão pro resto da vida (o site linkado tem mais de dez anos, alguns dos casos citados já eram antigos naquela época. Talvez os diagnósticos tenham melhorado bastante de lá pra cá, talvez não, mas avisos nunca são demais) (tem de se por na conta também as pressões anti-transição de alguns grupos religiosos e movimentos transfóbicos, inclusive entre as feministas))

Assim, vou falar "disforia" pelo texto (como já ando falando desde o começo nesse blog...)por que ACHO que é disforia, mas não tenho como afirmar isso oficialmente. Só que eu preciso de uma palavra pra me explicar, e ela é boa o suficiente pra isso, assim como "(a) menina".

Outra coisa que queria por na mesa antes de falar: nem sempre acho a palavra exata para definir o que sinto, o que vivo. Às vezes o que sinto é sutil e a palavra que tenho é muito grosseira, dez vezes mais forte. Aí uso essa palavra que tem a mão e sinto que estou cometendo um exagero, só que a alternativa à ela é nada, e por causa disso, tudo o que sinto fica parecendo nada, mas não é. Dá até para dizer que esse jogo de palavras, que acabou adiando e adiando a queda da minha ficha...

essa é pra humanidade, mas vou pegar emprestada pra mim só por um momento


Tem dias que a questão de gênero não pesa pra mim: estou bem acomodada na vida - estou há décadas nela - e pensar que de alguma forma já estou em transição, que estou caminhando para corrigir esse errinho da natureza é algo reconfortante. Ou, como eu estava antes, eu tocava da minha vida e fingia que não tinha problemas com o sexo com que nasci, inclusive, realmente tenho coisas mais legais para me entreter do que meu corpo e o papel social que vivo: minhas histórias, para dar um exemplo que seja parte de mim.
Mas tem dias que a menina bate. Antes lidava com "vai passar", lia relatos reais ou ficcionais de mudança de sexo, poucas vezes ousava com roupas, ou começava a escrever no feminino com algumas pessoas, ou mudava meu gênero pra o mais neutro possível nos meus cadastros na internet (acho isso recomendável, com ou sem disforia...).
O louco da palavra "disforia" é que ela significa "fora do lugar (foro)". Eu estava em um lugar e me imaginava do outro lado da fronteira, queria poder visitar sem culpa o lado de lá, cruzar a fonteira, quem sabe ficar por lá? Mas mudança dá trabalho, né? E tem seus riscos, eu to bem acomodada no lado de cá, mas....
E quando a menina tava dando porrada forte, a vontade era sair correndo, entrar de sopetão nos chats e conversas com um "me tratem como mulher, tá?", de querer a cirurgia pra ontem e o tratamento hormonal pra amanhã, nem que eu tivesse de comprar a maior bomba de hormônio feminino que encontrasse na farmácia.


Claro que nunca fiz isso e nem pretendo. Automedicar dá ruim, ainda mais com uma química poderosa dessas, mas o estranhamento com o corpo, que estou ostentando os símbolos errados existe.
Mas esse tipo de crise passa, assim como ainda existe, mesmo agora com eu me expressando, aprendendo e me entendendo melhor - de repente estou praticando maquiagem e cabelos e roupas (símbolos!), pra semanas depois sossegar o facho, o incômodo vira aquele ruidozinho que não se percebe. Imagino q essa questao seja bem mais brava pra outras pessoas, especialmente as trans novinhas/os, que praticamente nascem com a certeza que tá errado na vida delas/es.

Mas se vivo em negação a cada crise, como percebi que era disforia? Quando comecei a me informar que existe. Quando vi que existiam transição (conhecer as transtimelines foi uma benção) na vida real, sem mágica ou ciência maluca nas histórias em quadrinhos que procurava na internet para realizar o que queria na vida real. Quando me toquei que estava sempre num ciclo menina com força seguida de negação que não lembro como começou e que ia acabar nunca: saí do "é algo parecido, mas não sou eu" e fui pro "é, sou eu".
Notas:
1) Parando pra pensar, tanto falar em disforia quanto falar de mim mesma cai na imprecisão que lido com as palavras, às vezes as manipulo demais ¬¬
2) Tentar organizar os pensamentos é uma armadilha: você ordena os fatos numa narrativa inteligível pro leitor, mas o que você faz é uma composição, não um retrato tão fiel assim. De novo, a questão de falar exagerado ou de falar nada... =/
2b) ...escrever estas notas meio que diminuem os efeitos da armadilha acima :P Mas quebro o ritmo do que quero narrar pra vocês. Ó dilemas de wannabescritora incompetente....
3) Sobre a disforia: queria alguem me dando a certeza, mas acho q me disserem que não sou, vou querer muitas provas ou outro especialista.
4) Citei histórias que procurava para ler. Indico nenhuma, já que boa parte cai em fetixe de submissão =_=
5) Vou encerrando aqui, mas tenho umas bobices pendentes pra falar, vou tentar fazer isso antes do carnaval.


22/01/2018
Foi sábado!!
Se você se identifica no feminino, ter barba é um problema sério: além de ser um símbolo gritantemente masculino, por mais que você rape, logo o pelo está crescendo nascendo e "acinzentando" a pele, em menos de um dia!, daí você tem de passar toneladas de base pra esconder antes de avançar na maquiagem, por exemplo.
Outro problema de barba é que nunca tive uma namorada que gostasse: arranhava o rosto delas na hora do beijo :P Tanto que a atual já brincava de que pagaria para eu tirar a barba antes desse troço de transição ficar sério :PP Mas meio que protelei por ser um ~sério demais~, seria o primeiro passo físico para minha mudança de time, e por isso dava lá sua dose de medinho, ainda mais de explicar para as pessoas o porquê de eu estar fazendo isso.
Só que veio o ano passado, as pessoas foram sabendo aos poucos de que tinham uma amiga, e o contexto mudou. Apareceu uma promoção em novembro, doze sessões de depilação à laser por um preço excelente, comprei, paguei.... enrolei semanas para marcar e marquei a primeira sessão para o primeiro sábado disponível.
Só depois que me toquei que era o dia seguinte a ida à Santa Casa :P

Se pudesse, sexta jogaria a data para mais alguns sábados adiante, estava cansada de fazer o rolê que fiz na sexta, com aquele gosto forte de ressaca na alma, além de ter o lançamento de livro de colega para ir à noite - fora encontrar compradores de revistas que estava vendendo no
Mercado Livre. Mas fui assim mesmo, saindo atrasada de casa, pra variar ¬¬
Mas até que a sincronicidade também me ajudou nesse dia: saí de casa, tinha ônibus esperando. O trânsito estava pesadinho, mas cheguei em bom tempo no metrô, e quando cheguei na estação certa, outro ônibus estava lá: sentei e ele partiu. Desci um ponto além, dei uma corridinha e chegaria com um atraso de minutos no lugar...
...mas a clínica tinha mudado de endereço?!? o.o

(nota: isso não estava marcado no site nem em mail algum, até agora continua assim)

Bão, me deram endereço e fui: eu tinha passado na rua indicada faziam poucos minutos. Mas tinha um bar no número indicado õ.o
...........Ahhhhhh, era outra rua local, com nome parecido (jurupi/juriti, ou vice-versa), do outro lado da avenida. Mais uma corrida, suando horrores achei, cheguei, peguei uma fila incerta (de novo!) se estava no lugar certo. Mas estava sim, logo tinha ficha pronta e era só esperar que logo me chamariam.
Não doeu como falaram que doeria. A dor era tipo estilingadas na cara, não muito fortes, às vezes você sentia o calor junto, e o cheiro de pelo queimado era sempre presente. Não deve ter feito nem cem aplicações na pele e logo estava dispensada, com as seguintes instruções:
1) usar filtro solar, fator 30 pelo menos
2) uns dois dias para passar lâmina no rosto de novo.
3) os pelos continuam lá, o que foi atacado é a raiz, então demora uns 15 dias para cair.
4) o que paguei são só para a barba da cara, do pescoço tem de ser um pacote a parte (aí vou ver isso depois, ESPERAR OUTRA PROMOÇÃO. De repente, já incluir o tórax no rolê).
5) marcar outra sessão para daqui 30 dias.
6) nunca dar banho.
7) afastar da luz forte.
8) nuncar dar de comer depois da meia noite

Com a cara ardendo de leve, bem de leve, saí da clínica, comprei um protetor solar fator 50, passei na cara sem enxergar o que estava fazendo (devo ter virado o bozo até chegar no primeiro banheiro que encontrei) e fui cuidar da vida =D

Falei que não doeu como disseram, e isso é verdade: mesmo a tal ardência que fica depois não me durou um dia. Talvez por eu não ser tão clara, talvez por minha barba ser bastante rala e cheia de falhas (obrigada, Deus!), mas, é claro, as áreas que doem mais no barbear doeram pra caramba quando o laser passou lá: geralmente, quando me barbeio, o rosto todo é indolor, mesmo a área do queixo não chega a dar trabalho. Mas o bigode, especialmente a parte debaixo do nariz, pede mais cuidados e uma lâmina nova que não fique puxando os fios sem querer =_=

nessas horas você aprende que alguém que faz o bigode assim é um bundão
que não tem coragem de ir até o fim com qualquer dorzinha

Enfim, foram as únicas vezes que reclamei pro profissional. De resto, beleza e já quero outra sessão logo, pra começar a ter resultados mais e mais visíveis \o/
...já que, segundo o que me informaram, demora de oito a dez sessões pra isso acontecer /o\
Assunto aleatório 1: eu, influenciável Um domingo ano passado, num mensageiro qualquer, antes do almoço:
Amiga: Pessoa vai na farmácia comprar remédios e volta com... loção e esmalte :D
Amiga: E esfoliador corporal tb hahhahaha
Eu: esfoliador pra passar onde?^^ (pergunta honesta de noob)
Amiga: Corpo todo, menos rosto e partes íntimas
Amiga: Dá uma sensação de mais limpeza, sabe
Amiga: Pra usar uma vez por semana, tirar a pele morta xD
Eu: antes ou depois de banho?
Amiga: Esfoliador pro rosto tem que ser mais fraquinho
Amiga: Durante hahahha. Eu esfoliador, tiro, e depois lavo normal o corpo
Horas depois:
Eu: almocei, andei até o fim da avenida e voltei (pra caminhar uma vez hoje ao menos)
Eu: e, miga cê é loka XD me induziu a, depois de ir e quase voltar todo o caminho, a ir em todas as farmacias procurar 'esfoliante corporal nivea' XDDD
Amiga: hauahauhauahauahuahauhauahauauaa
Amiga: sorry, not sorry
Amiga: achou o esfoliante?
Eu: achay :P vou testar, se gostar, adoto, se nao sentir diferenca, vou terminar essa bisnaga ^^
Amiga: espero que vc goste =DDD
Eu: tbm =) aumentar 'feeling' (oi, mudei de time, inclusive me reconhecem como tal!!) é bom :P
Eu: mas bem esfoliante podia funcionar na cintura tbm, tirar os excessos.... bom, se funcionasse assim, passava em outras partes >=)
Amiga: hahahahaha
Eu: (tipo nariz e queixo, menina de mente impura)
Amiga: pra essas coisas """impuras""" chama a @cadefeministas HAUHAUHUAHUAHUAHAUHA
Eu: NAO FICA A MESMA COISA >_<
Amiga: xDDDDDDDD
Segunda-feira, depois do expediente:
Eu: ah sim, culpa tua
Amiga: minha??? o que foi que eu fiz??
Eu: gastei mais =~ù_u=
Amiga: hauhauahauha
o que comprou dessa vez?
Eu: pra rosto
Amiga: o esfoliante? xD
Eu: /me nods
Amiga: hauahuahauahuah
Amiga: é tão bom esfoliar o rosto
Eu: evil you
Amiga: ficar com pele de bumbum de nenem depois
O fato é que to sempre atenta a dicas e sugestões, meio que querendo descobrir coisas novas, meio querendo correr atrás do conhecimento que devia ter adquirido quando era (ou deveria ser) menina. Não precisam me pilhar muito para "eu estar fazendo", vide o reveillon que começou com uma idéia simples e acabei elaborando mais graças à empolgação de quem conversa comigo :)
Se eu não fazer algo, é pelo risco de ser descoberta na hora errada ou pelos custos. O medo e o bom-senso me seguram bastante.
Também notei necessidade de "ritos de passagem" que não tive: quase furei orelha na virada de ano - já que estava me jogando mesmo - mas não fiz quando soube que teria de manter brinco por algum tempo para o furo não fechar etc. Como iria chamar a atenção, dropei a idéia, mas alguma hora volta.

Assim, cuidado com o que vocês dizem pra mim :P
...ou não :PPPPP
Notinhas, pq esta pleura já passou de enorme:
1) pelo jeito está se confirmando a tradição de eu escrever bastante aqui após a newsletter. Por sinal, já assinaram ela e me deixaram feliz? :D http://quadr.in/news (não falo desse blog e assunto relacionado lá, mas eu tenho mais aspectos na vida, como qualquer pessoa)
2) sobre a entrevista na Santa Casa, nunca alguém me chamou de "Márcia" tantas vezes. É estranho na boca de conhecidos, é confortável de gente nova na vida da gente :3
3) sou fácil de achar na rede e gosto de papear. Sim, isso foi pra você =p


22/01/2018
Não foi sexta...
Não dormi aquela noite, mas não foi ansiedade, foi calor ¬¬ Assim, pulei da cama cedo, vesti peça amarela (éééé) da virada de ano, camisa rosa e branca (acho que a roupa mais vagamente ~feminina~ que tenho e posso usar em público), escondi minha Sailor Marte na bolsa (mais uma coisa pra contar historinha que não contei ainda), fiz mapas e parti... meio que em cima da hora.
Mas consegui achar o lugar e chegar a tempo: era um prédio antigo perto do metrô Vila Mariana. Logo achei a entrada, peguei fila e fiz ficha. Haviam algumas pessoas aguardando (ninguém com caso semelhante ao meu, à primeira vista), inclusive mães com crianças.
Curioso que, para quem disse que esperava nada, não criava expectativas e tal, só isso já estava fora do que eu esperava subterraneamente. Inclusive pintou a paranóia se eu estava no lugar certo, podia ter dado alguma confusão de comunicação e eu estava lá, sentada perdendo horário...
Bom era besteira, claro. Logo ouvi conversarem com meu nome perto do balcão ("só Marcelo veio? E Xxxxx? Eram eles que tinham triagem marcada para hoje" "não, só Marcelo") e não demorou muito para chamarem.
Era uma doutora simpática (psiquiatra, não marquei o nome =_=), e enquanto andávamos pra sala dela, me perguntou por qual nome queria que me chamassem (sinceramente, indifere no momento), e porque não tinha colocado "Márcia" na ficha (bateu vergonha/insegurança). Ao contrário do saguão, que tinha uma atmosfera antiga e com um quê de burocracia, a parte de dentro em direção aos consultórios tinha verde, era mais arejada, leve.
Era mais o que eu esperava.

não, não tinha divã na sala

Logo ela estava fazendo perguntas de como me entendi com disforia, sobre família, trabalho, meu lado artístico (dei um zine da
Raquel pra ela), etc. Era um misto de conversa e entrevista, nem todas as respostas eu tinha, ainda falta um tanto de trilho pra esse trem. Em algum momento ela disse que nem todas as notícias eram boas, e no fim recebi ela: o governo do estado estava encerrando o convênio com a Santa Casa. O prédio iria ser entregue para a Unifesp, cujo foco seria mais pra psiquiatria. Eles souberam disso dia dez, algumas coisas estavam no ar, provavelmente o programa seria encerrado, inclusive para quem já estava com eles. Ao menos é o que entendi e me lembro de cabeça.
Eu só fui chamada porque tinha marcado com eles desde o ano passado e acharam bom dar uma satisfação. Ela ficou de por meu nome social na ficha que fiz lá e me mandar links de serviços da prefeitura por e-mail. Deixei meu cartão de visitas com a arroba do twitter com cadeado e desse blog para ela escritos no verso. Nunca se sabe onde uma garrafa atirada ao mar pode chegar :p Agradeci, me despedi e fui embora..
Meio que perdi o dia de serviço pra isso. Não fiquei de mal-humor/deprê, mas o dia ficaria melhor se eu tivesse fazendo outra coisa em vez de andar sozinha comigo mesma pela cidade =p Sorte que, repito, não alimentei expectativas, mas quando a "menina" aparecer, acho que ela vai bater :p
Outra sorte, gigante!, são namorada e amigas pelo telegram e twitter me dando opiniões, dicas e apoio, me fazendo pensar e me apontando possibilidades interessantes e partes esquisitas nessa história toda :P

Enfim, acho que essa trilha se fechou, só quero esperar algumas respostas antes de procurar outra direção a seguir. Mas sem esperar demais, ficar se iludindo "agora a coisa legal vem, o jogo vai virar, vejo sinais!" só deixa a gente doente.
Já tomei desse veneno antes, e dele me mantenho longe desde então.

De qualquer forma, o dia terminou comigo e namorada no Ibira, não tem como ser ruim um dia assim :P

Quanto aos links de serviços da prefeitura, são esses aqui: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/direitos_humanos/lgbt/cch/index.htm?p=150960&. Sinceramente, achei um grande sei lá. Vou procurar referências, mas desconfio que não me animarei :|
nota: de noite, espero, tem mais um texto =p


18/01/2018
É amanhã!!
Bom, como previsto, to quieta aqui, mas tagarela no twitter. E também to derretendo nesse calor, tentando me focar em qualquer coisa que tentar me refrescar, mas tá osso. Nem a newsletter que era pra domingo passado saiu, decidi joga-la pra domingo que vem, prometendo pra mim mesma fazer um post aqui logo em seguida.

Mas esse fim de semana vai ser agitado: amanhã vou na Santa Casa, to tentando não imaginar ou criar expectativas - até porque na realidade, as coisas tendem a uma pitada de burocracia: esperas, fichas, formalidades com médico/entrevistador, etc. E, provavelmente vai ser abordada a questão de horários, que aposto ser de difícil solução.
Mas tenho em mente que, se der errado nesse ponto, vou pedir orientação para onde ir então - inclusive é o que estou fazendo desde o começo dessa demanda^^' O que importa é que, espero, eu vá falar (provavelmente vou travar na hora de falar de mim e certeza que acharei q escolhi as palavras erradas qdo sair de lá =p) com profissionais, alea iacta est, e imagino que posso sair de lá ao menos com um direcionamento.
Sábado é a primeira sessão de laser para retirar a barba, se é que marquei direito o agendamento.

deixando esse último e melhor nível de super saia jeans sayajin aqui
(que roubei de um velho RPG nacional de humor) na falta de figura melhor :P

Sim, tudo pode dar errado, e eu sempre trabalho vendo as coisas assim :P

Pro serviço, falei que precisava de dispensa (tenho direito a algumas por ano, raramente usei) para médico. Ninguém perguntou exatamente para quê, e também não especifiquei. Se tiver direito a atestado amanhã, vou pegar, mas não mostrarei, claro :P
Para o povo de casa, falei quera um daqueles exames médicos de rotina que o serviço faz. Também não detalhei, fim :P
Durante a semana bateu a dúvida se sou o "público alvo" do serviço que vou amanhã, mas acho que isso é efeito colateral de me segurar por tantos anos. De qualquer forma, não sou profissional e espero opinião de um/a sobre.
Inclusive, se disserem que não sou, terei dúvidas, se disserem que sou, terei certeza ;)
Namorada reclamou que eu usei a expressão "ano zero" para definir 2018 em relação à minha transição. "Você JÁ ESTÁ em transição", ela disse.... e concordo.
Em minha defesa, digo que a era Cristã não tem ano zero e tá errada pelo menos quatro anos :P E este meu processo é um com vários marcos, este blog mesmo é um deles (fruto de outro: eu ter me rebatizado), então dá pra dizer que 2018 será meu ano zero, com uma enorme margem de erro que estou me dando o direito :P


01/01/2018
Resolução para o ano zero
Tem muitos pensamentos que tenho que tem força num dia e achava que deveriam vir para aqui. Eram pensamentos e conclusões importantes... mas vou enrolando e os perco e outros fatos vão se sobrepondo a eles. E fico triste por não te-los registrado a tempo, podem ser bobagem, mas são etapas da minha reconstrução, da minha trilha que talvez façam as outras pessoas entenderem onde estou andando, pra outras pessoas (quem sabe?) se localizarem no mapa da vida.
Então, uma resoluçãozinha para 2018 - e não sou boa de resoluções - é postar aqui mais organicamente. Às vezes vou fazer postagens bonitinhas com começo, meio, fim e notinhas. Mas tem horas (não estranhem) vou colocar fragmentos quebrados que me aparecem nessa cabeça. Juro tentar dar um sentido, mas se sentir que estarei forçando um sentido que não tenho certeza que é, vai do jeito que aparecer. Não se preocupem comigo, não será doidice ou outro sintoma preocupante, serão simplesmente pensamentos em estado mais cru.
E tenho certeza de que é assim com vocês também :P

(mas, na dúvida, vou sempre linkar aqui pros novatos terem chance de entenderem o contexto....)


Ignorem o que escrevi acima :P Era pra ser o último post do ano, quando me toquei: mina, larga de reinventar a roda, já inventaram o twitter.
Então, criei uma conta com cadeado só pros assuntos daqui, me sigam que sigo de volta:
@_marcychan.

(queria que fosse @v2v ou algo assim, mas pegaram todas as combinações possíveis)

Se eu demorar a autorizar, me avisem porque o twetdeck nem sempre me alerta. Inclusive já coloquei postagem que não devia na conta errada ontem mesmo ¬¬ Enfim, boa sorte para quem me aturar lá, podem até conversar comigo^^ Talvez até algumas coisas que eu twitte virem postagens aqui :P

Dois mil e dezessete foi um ano pesado em vários aspectos, mas foi o ano que a barragem que levantei a vida toda cedeu mais um tanto, quando surgiu meu nome feminino e vi que era hora de desmontar essa obra e deixar o rio seguir o seu caminho: comecei o que chamo de "transição social", aos poucos fui avisando os amigos que eu era amiga, fiz novas amizades e agora estou às vésperas de outras transições, com uma triagem psicológica numa sexta-feira desse mês e primeira sessão de laser pra tirar a barba (aleluia, marquei!) para o dia seguinte.

(assusta ver q marcelo some em alguns cantos e márcia tá começando a aparecer na vida real... e márcia ainda não tem "cara" definida XD Isso também assusta!!)

Nessa devagar e sempre transição social, para muita gente deixei de aparentar ser "predador em potencial" para virar uma pessoa com necessidade de mil aprendizados e acabei sendo mui bem recebida pelas amigas e amigos, que se mostraram mais foda do que eu imaginava, em número e grau :)
Já agradeci muito vocês e vou agradecer muitas vezes ainda, já que ganhei ombros, explicações, dicas e muita força =) Graças à diversos empurrõezinhos eu abri portas e me descobri mais ainda, um processo que tá longe de acabar. Às vezes fico pilhadíssima de tanta força recebida e dá até pra se iludir por alguns minutos :P, e assim mesmo sei que vou quebrar a cara eventualmente, talvez constantemente. A vida não é simpática e cor de rosa fora das fronteiras desse espaço fechado, pelo contrário: se sendo mulher "nativa" o mundo é um perigo, as notícias sobre as "imigrantes" são ainda mais feias). Então quero acumular bons sentimentos pra ter forças pra seguir em frente >:)

Só espero ser digna do que estou recebendo e saber retribuir :) Vocês são de ouro, mesmo quem está vendo esse blog agora pela primeira vez :D
Notas? sim, sempre tem:
1) quer falar mal de mim? Tem meu sararah, que decidi abrir depois que saiu de moda :P
2) conforme prometido, virei o ano "de menina". "Era o teu sonho?" Não seja besta achando isso :P Eu fiz por me divertir e me diverti horrores :) Tem o relato "ao vivo" no twitter, mas tá arriscado eu colocar uma versão digest aqui :P
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